sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diário do Nordeste] Vereadores da Capital apostam nas redes sociais

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FOTO: TUNO VIEIRA
Ferramentas como o Twitter e o Facebook são as mais utilizadas pelos vereadores para divulgar ações de seus mandatos e se aproximar do eleitor
Além dos discursos em plenário e dos comícios em época de eleição, parlamentares querem intensificar uso da web
Ao invés de focarem suas expectativas legislativas e eleitorais apenas nos recorrentes discursos em plenário ou nos tradicionais comícios, vereadores de Fortaleza têm se dedicado ao convívio mediado por redes sociais como Facebook e Twitter. Na eleição de 2008, foram vários os postulantes que investiram nessas ferramentas para fomentar suas campanhas. Diante dos resultados, muitos se articulam agora visando o pleito deste ano.

Na Câmara Municipal de Fortaleza, o presidente Acrísio Sena (PT) propõe que os candidatos a vereador aproveitem as redes sociais para divulgar suas propostas neste ano, reduzindo a poluição visual e sonora causada pelo uso de pinturas nas paredes, cartazes e carros de som. A proposta ainda será debatida com os vereadores e os líderes partidários.

Como a legislação que rege as campanhas eleitorais é federal, abrangendo o território nacional, Acrísio pretende fechar um acordo com todas as agremiações que pleiteiam vagas na Câmara Municipal e na Prefeitura de Fortaleza.

Atualmente, cerca de 23 vereadores possuem perfis em redes sociais como o Twitter e o Facebook (as mais utilizadas por brasileiros). No entanto, poucos utilizam essas ferramentas com frequência. Entre os parlamentares que constantemente divulgam suas atividades nas redes, estão Acrísio Sena, Ciro Albuquerque (PTC), Eliana Gomes (PCdoB), João Alfredo (PSOL), Leonelzinho Alencar (PTdoB) e Salmito Filho (PSB).

Críticas
Nos perfis dos vereadores, é comum, por exemplo, a indicação de filmes e músicas, mas também a divulgação de seus projetos. Enquanto governistas procuram divulgar obras e ações da Prefeitura, a oposição tem procurado fazer críticas à gestão.

Um dos problemas na utilização dessas ferramentas pelos vereadores é a falta de interação com os eleitores, tendo em vista que, muitas vezes, os perfis dos políticos são, na verdade, administrados por assessores.

O vereador Ciro Albuquerque tem utilizado as ferramentas com frequência nos últimos meses para divulgar os problemas da Capital e criticar a atual gestão. Por outro lado, o vereador Plácido Filho se afastou das redes sociais desde setembro do ano passado.

O vereador João Alfredo já utiliza as ferramentas há dois anos. "Procuro, através desses instrumentos, prestar contas das atividades do mandato e também receber críticas e propostas. Tenho um Facebook meu e outro administrado pela assessoria e um Twitter meu", afirmou, lembrando que já utilizou as redes para mobilizar a população e colher assinaturas em defesa de algumas leis.

Embora quase a metade dos vereadores de Fortaleza ainda não tenha aderido ao uso das ferramentas, é crescente o número de políticos que tem procurado esses meios para tentar maior aproximação com os eleitores.

João Alfredo diz que, após o registro de sua candidatura, continuará usando as redes sociais. "Vai servir para chamar a população para reuniões, eventos e panfletagem. Eu entendo que as redes são instrumentos poderosíssimos, mas também é preciso saber usá-las", salientou.

Qualificar
A vereadora Eliana Gomes afirmou que deverá intensificar o uso das redes sociais nessas eleições, mas não pretende abrir mão do contato presencial com os eleitores. "Vou explorar esses instrumentos para dizer o que fiz na Câmara e porque eu quero continuar como vereadora. Para tentar qualificar o debate".

Por outro lado, ela ressalta que os candidatos precisam ficar atentos à legislação eleitoral. "Nem tudo vai ser possível na internet. Todos nós devemos ter cuidado e estudar o que é e o que não é permitido", considerou.

Demandas sociais devem ser pauta
Além de buscar visibilidade nas redes sociais durante e após as campanhas eleitorais, é interessante, na opinião do jornalista e especialista nessas ferramentas na Internet, Charles Cadé, que os políticos utilizem os recursos digitais também para dar mais eficiência ao serviço público, o que aproximaria a população das decisões que impactam o dia a dia da sociedade.

Como exemplos, o especialista cita a realização de licitações online, a divulgação das atividades e gastos públicos, a prestação de serviços à população de forma desburocratizada e maior abertura para a participação popular. "Essa é uma forma de aproximar a agenda política das demandas reais da população. Acima de tudo, procura-se adotar soluções tecnológicas para problemas sociais e não utilizar as novas tecnologias apenas para a conversação, como ocorre costumeiramente. É possível ir além, e não apenas utilizar esses meios para propagação de mensagens de campanha, o que muitas vezes deixa pouco espaço para o debate de ideias", afirmou Cadé.

Plural
De acordo com Charles Cadé o público que usa as redes sociais ten interesses variados o que obriga aos políticos diversificar os debates. "O candidato sai da sua zona de conforto, do discurso pronto. Ele é forçado a debater outros temas que geralmente evita em comícios e nos engessados debates televisivos, no qual limita a tônica do que pode ser colocado em pauta", avalia o especialista.

Durante entrevista ao Diário do Nordeste, o especialista afirmou que, além das manifestações via redes sociais, existem outros projetos colaborativos que podem enriquecer o período eleitoral, permitindo à população acompanhar grande parte do que fazem os candidatos.

No entanto, Cadé alerta para a não idealização desses novos recursos, pois segundo ele, os processos "online" que ampliam a participação popular devem ser acompanhados de debates sobre a segurança dessas práticas. "Por isso, políticas de inclusão digital são necessárias. Do contrário, o debate online pode ser limitado e representar apenas interesses específicos", diz.

O pesquisador declara que as manifestações ocorridas via Internet devem abranger também o mundo social e não se restringir à grande rede. "Através da mobilização "hiperlocal" organizada via Internet, ele propaga a mensagem do candidato indo de porta em porta no bairro em que mora, debatendo a plataforma do candidato e esclarecendo dúvidas", afirmou.

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